top of page

Cartografia Sonora da Avenida Ganzo

12 de Outubro de 2019 - Porto Alegre/RS

Mapa do imaginário sonoro da Avenida Ganzo

Convite à Cartografia Sonora

A Avenida Ganzo se localiza em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no Bairro Menino Deus, entre as Avenidas Getúlio Vargas e Praia de Belas. Seu nome homenageia o Arquiteto Lincoln Ganzo de Castro, um dos responsáveis pelo projeto de urbanização da Avenida, onde antigamente se localizava o Jardim Zoológico de Porto Alegre. Até o presente, a avenida é predominantemente residencial. O percurso proposto percorreu toda sua extensão, desde a Av. Getúlio Vargas até a Av. Praia de Belas.

 

As cartografias contemporâneas nos mostram que os mapas se libertaram dos seus moldes científicos e também sinalizam outros caminhos poéticos para representar nossas relações com o mundo. São cartografias afetivas. E o mapa sonoro aqui proposto é uma delas.  Nesta cartografia da hospitalidade,  propomos a experiência de perceber a Avenida Ganzo e seu entorno para além dos mapas visuais convencionais: olhando com os ouvidos e escutando com os olhos acolhemos e desenhamos com percepções e lembranças. Caminhamos criando situações, sentindo a escuta do diferente que surpreende, significando e construindo lugares, incitando o imaginário.

O que nos faz querer escutar um espaço?

Espaço e som possuem íntimas relações. O som é uma variante importante da experiência urbana. A questão sonora é crítica na construção de ambientes públicos e na vivência da cidade, pois o espaço pode se tornar hostil para seus cidadãos também por conta de seus sons, tanto no que se refere à saúde quanto ao bem-estar e alegria de circular na cidade. (HOLANDA, 2016)

Teaser do convite à ação cartográfica

Teaser do convite à ação cartográfica

Teaser do convite à ação cartográfica

Através da escuta mapeada territorializamos o mundo pelos ouvidos: identificamos, significamos e re-significamos os sons criando conexões rizomáticas. Durante o caminhar cartográfico, a atenção deve ser à espreita: flutuante, concentrada e aberta.  O uso da atenção à espreita busca evitar dois extremos: o relaxamento passivo e a rigidez controlada (KASTRUP, 2014,p.48). Assim, a cartografia passa de uma competência para uma performance. Na cartografia sonora, o ouvir à espreita é desenvolvido como uma política cognitiva do envolvimento do sujeito no processo de escuta dos efêmeros marcos sonoros do território.

Enquanto cartografamos pela escuta, percebemos o entorno, identificando no espaço virtualidades sonoras que já se encontravam dentro de nós. Desta maneira, criamos um palimpsesto imaginativo através do qual nos revelamos enquanto descrevemos aquele mundo. (Norman 2004, pg. 4).

A cartografia sonora busca acompanhar um processo, e criar meios de acessar um patrimônio imaterial urbano que a todo tempo se perde e se transforma pela intervenção humana. Que sons surgiram? Que sons desapareceram? Que informações podemos obter de um lugar através de seus sons?

  

A cartografia da Avenida Ganzo aconteceu pela influência do meio nos sentidos além da vista, onde a identificação relacional com o espaço existente desconstruía o mapa convencionado como oficial. A consciência em relação ao espaço era construída pelos sentimentos que cartografavam a avenida, enquanto transformavam a imagem imaginária em expressão.

Imagem da atividade de reconhecimento.

Usamos vendas para melhor sentir a natureza da apropriação espacial proposta. As fotos registram a direção da atenção, revelam e comunicam a surpresa, o desejo de saber e informar.

A conclusão ainda está por vir. A partir desta experiência estão surgindo novas pesquisas que tem caráter exploratório e pretendem desvendar fenômenos sociais e urbanos em um plano pouco considerado: a paisagem sonora da cidade.

 

Desta maneira, vamos rompendo o caráter predominante visual da observação da arquitetura e do urbanismo.

 

Se a cidade sempre está em movimento, como podemos entende-la apenas por elementos visuais estáticos?

 

A partir dos sons captados nas ruas se deseja entender como os lugares na cidade se comportam, assim formando a sua cartografia sonora.

Convidamos a assistir os vídeos da ação cartográfica sonora em nosso canal do Vimeo.

 

https://vimeo.com/374511902

https://vimeo.com/374508187

 

Conforme a experiência avança, mais vídeos serão postados.

 

Referências:

ALONSO, Diana P. Práticas cartográficas antagonistas en la Época Global: Catálogo de

Mapas Críticos. Dissertação de Mestrado (História da Arte), Universidade de Barcelona. Junho, 2011.

HOLANDA, Claudia. Sons do Porto, uma Cartografia sonora da mudança. Blog Bug Brasil em 8 de abril de 2016. Disponível em: http://bug404.net/blog/2016/04/08/sons-do-porto-uma-cartografia-sonora-da-mudanca/ Acesso em: 19 de novembro de 2019.

KASTRUP, Virginia; PASSOS, Eduardo; ESCÓSSIA, Liliana da (Orgs). Pistas do método da cartografia – pesquisa-intervenção e produção da subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2014

NORMAN, Katharine. With no direction home. In Sounding art: Eight Literary excursions through electronic music.  Ashgat: Editora Routledge, 2004.

NOVAK Jr., Frank G.. Lewis Mumford and Patrick Geddes: the Correspondence. Nova Iorque: Editora Routlege, 1995.

Imagem da atividade de reconhecimento

Fotos tiradas pelos participantes da ação durante a experiência

Fotos tiradas pelos participantes da ação durante a experiência

bottom of page